terça-feira, 18 de maio de 2010

Fala Povo!


Cartazes, comícios, propagandas televisivas, carros de som e milhares de panfletos sendo distribuídos e posteriormente jogados no lixo ou no chão. Milhares de reais investidos. Dessa forma resumem-se as propagandas eleitorais atuais, ou melhor, o Marketing Político. O que antes era feito apenas por uma pessoa, hoje é feito por empresas próprias para isso. Paródias e slogans sintetizam idéias e a imagem ilusória que o político quer passar aos eleitores.
As campanhas eleitorais deixaram de ser intuitivas e se tornaram racionais, os palpites deram lugar à pesquisa. Tudo isso adaptado para acompanhar o ritmo do crescimento intelectual da população. Hoje, as facilidades para adquirir informações e a preocupação com o futuro do país, exigem que a ideologia que o candidato traz consigo seja discutida e avaliada pela população em geral.
“Todo trabalho publicitário que almeja uma futura eleição do candidato que apresenta, deve ser bem empregado e na dosagem certa para que a imagem do candidato não seja banalizada” disse Sullyvan Andrade, 32, consultor em Marketing Político. “É fato que nem todos os que se apresentam como honestos portadores de boas convicções o são, mas os fatores que resultarão em sua eleição são seu histórico, sua imagem e seu discurso que definirão seus planos de governo e suas idéias” afirma.
Para a estudante de letras Raquel Napoli, de 21 anos, o marketing não mostra o que os eleitores deveriam saber sobre o candidato em questão. “Na verdade, a gente não conhece a pessoa do candidato. A gente conhece o que é mostrado na mídia. Então, se eu quero fazer alguma diferença no país com o meu voto, eu decido acreditar.” diz.
É fato que o trabalho publicitário busca promover uma imagem falsa do candidato. O momento caótico em que vive a política do Brasil atualmente, nos faz entender o descaso de muitos eleitores que se deixam levar pelas intensas e muitas vezes exaustivas propagandas políticas.
“O marketing está presente em tudo hoje. Ele é um mau necessário. Na escolha do meu voto, eu procuro saber o histórico do candidato e analiso as idéias que ele propõe por meio do discurso” afirma Cíntia Gonçalves, 22, estudante de psicologia.
“Querendo ou não, o trabalho publicitário por trás da imagem dele é intenso e mostra apenas os pontos bons, então eu escolho o que me convence pela ideologia que ele apresenta.”diz.
Com o transcorrer da história democrática, a perda da credibilidade política é fato, porém esta perda não implica na inexistência dela. Culpar as pessoas que dirigem o nosso país pela corrupção, pelas obras inacabadas, pela falta de assistência à população e pelo não-crescimento do país é comum, mas pensar que a culpa é de quem colocou essas pessoas lá, é praticamente uma agressão à população. De fato, a culpa está muitas vezes na falta de orientação dos eleitores e no descaso que tem com o futuro do país.
“A população reclama que políticos compram votos na eleição, porém a maioria não pensaria duas vezes em aceitar o dinheiro sujo por ele pago”, afirma o estudante de direito, Lucas Silveira, 21. Segundo ele, a corrupção e a falta de credibilidade devem ser imputadas à coletividade, não a um grupo de políticos que é produto do sistema brasileiro. “Mas sabendo disso ainda acredito em algumas coisas, de modo que se não acreditar, não estarei acreditando no sistema que o Brasil tanto lutou para conquistar”, diz.
Renata Prates, 20, também estudante de direito, acredita que as propagandas eleitorais têm apenas a função de mostrar o rosto e o nome dos candidatos. Para ela, pensar que as tais são capazes de mostrar o caráter deles seria ignorância. “Eu não acredito no que os candidatos falam nas propagandas eleitorais. Eu voto neles, porque apesar de muitos dizerem que isso não existe, eu acredito que sempre tem um que “rouba mais faz”, então voto no menos pior mas não acreditando em tudo que eles falam.”
É verdade que o sistema é corrupto por um todo e ele deve ser mudado. Mudar os políticos ou as propagandas eleitorais seria paliativo tendo em vista a corrupção da coletividade. Todos os nossos representantes são frutos da sociedade em que vivemos. E se eles têm atitudes corruptas, o que o povo brasileiro faz para mudar ou impedir?

2 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo Carol!!!Assim logo vc estará nos melhores jornais.Bjs

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  2. Carol li o seu artigo e fiquei feliz. Você vai longe. Tio Juninho

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