sábado, 30 de maio de 2009

Uma vida para a Cracolândia

Ele iniciou a entrevista com um sorriso no rosto, e uma indignação clara com o governo. 43 anos, pastor e treinador profissional de futebol. Casado, uma filha e uma vida disposta a ajudar. Há 14 anos, João Carlos Batista dedica sua vida em um trabalho desenvolvido na chamada Cracolândia. O lugar é conhecido como centro do tráfico de drogas e de prostituição da cidade de São Paulo. O cenário é triste e comovente. Crianças, jovens e adultos, desamparados, buscam nas drogas e na prostituição uma forma de se alimentarem, se vestirem, e viverem. Buscam no crack em especial, a igualdade e a melhoria de vida que tanto lhes é prometida.
João Carlos é o atual presidente do trabalho ali desenvolvido, o qual é denominado Missão Cena (Comunidade Evangélica Nova Aurora) e é financiado por igrejas e uma instituição Luterana Alemã. O trabalho começou a ser realizado em 1987 na Rua Aurora da cidade de São Paulo e permanece até hoje na Rua Euvétia Gusmões e Guaianazes. A missão tem como objetivo atender à população de rua, crianças de pré- rua, atendimento jurídico, odontológico, alfabetização de adultos, distribuição de comida e disponibilização de lugares para banho contando com apoio espiritual e cultos. Depois de dois anos de seminário em Campo Morão, Paraná, João Carlos decidiu que dedicaria sua vida e seu saber para ajudar ao próximo e aceitou o convite de estar à frente do trabalho.
O trabalho reúne 40 voluntários, 22 trabalhadores e um grande número de ajudados. Ele conta que desde criança seus pais eram exemplo de solidariedade, abrigando pessoas de rua ou abandonadas em sua casa dando-lhes apoio, comida e o que vestir. Com uma grande indignação ele conta que se sensibilizou pelo trabalho ao perceber que o governo nada fazia para solucionar ou melhorar a situação em que se encontrava o local. ”Se o governo não pode fazer, eu vou fazer” disse ele. Durante todo a entrevista ele deixou claro que a mídia e o governo em nada ajudam para o desenvolvimento do trabalho, pelo contrário, a mídia procura apenas o marketing e o governo que se diz ajudar, se preocupa apenas com o dinheiro que ali é investido. Descaso, promessas, cartões de créditos ilimitados, e carros. Papéis de vilões disfarçados em mocinhos. “Nós não precisamos da ajuda deles, em 14 anos que eu trabalho na Cracolândia, nunca faltou nada, seja comida, seja roupa.”, disse.
João Carlos é sustentado pelas igrejas para desenvolver o trabalho na Cracolândia. Com muita satisfação ele menciona nomes e nos conta história de vidas ali transformadas. Pessoas que, sem a ajuda do projeto não teriam a mínima condição de mudarem o trajeto das suas vidas e terem sonhos e planos futuros. Com um tom de voz baixo, ele diz que o crack não poupa ninguém, e cada dia que passa ele faz mais vítimas. Dependente dele estão crianças, jovens e adultos. “O crack não escolhe idade nem classe social, e se não tomarmos cuidado, a Cracolândia vai tomar São Paulo”.
O tempo se encerra. Ele finaliza sua fala com aplausos, um exemplo de história e um apelo à sociedade: que desperte para o problema que estamos vivendo e se empenhe em buscar estratégias eficazes em combate ao problema que a cada dia cresce assustadoramente na porta de nossas casas.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

“O fato é que as escolas não estão sabendo alfabetizar” disse Maria Helena Guimarães, secretária estadual da educação.

A secretária Maria Helena Guimarães de Castro atribui às baixas notas obtidas no último exame de avaliação de aprendizagem, Saeb, às falhas no sistema educacional. “O fato é que as escolas não estão sabendo alfabetizar”, disse. Ela ressalta que os motivos para isso são a falta de professores qualificados para a alfabetização das crianças e a disponibilização de materiais de boa qualidade para elas. Maria Helena também concorda com alguns educadores que dizem que a melhora do ensino só ocorrerá quando os professores tiverem tempo para preparar as aulas, mas acredita que essa é uma medida a ser estudada a longo prazo, considerando o pagamento que lhes é oferecido e que a maioria deles trabalha em duplo regime.
Como solução imediata para tais problemas, Maria Helena diz que o Estado está fazendo uma intervenção nas séries iniciais.” Nas primeiras e segundas séries os alunos terão dois professores, materiais didáticos de apoio e avaliação a cada dois meses”, afirmou. “Pela primeira vez neste ano, os alunos terão uma avaliação ao final do segundo ano que poderá reprová-los; uma reorganização da progressão continuada que terá como objetivo identificar os alunos não alfabetizados”. Haverá ainda outras intervenções para outras séries, com recuperação de aprendizagem na quinta e oitava séries, e no primeiro e terceiro anos do ensino médio.
Segundo a secretária, os alunos reclamam da falta de estímulo por parte dos professores, e como solução para isso serão criadas diversas políticas de estímulo do professor, como um bônus para comprar livros e a valorização da remuneração que lhes é oferecida.
Para tais medidas serem efetuadas, serão necessários mais professores e mais salas de aula disponíveis, para isso a secretária diz que serão feitas várias parcerias para atingir os objetivos propostos. “Os parceiros podem ser ONGs, faculdades, escolas.”, afirmou. Segundo Maria Helena, será feito um edital com exigências e um monitoramento externo que deverão ficar prontos até outubro.

Apresentação.

Bom, como é o primeiro post do blog, acho legal começar me apresentaando!
Meu nome é Caroline Silveira, tenho 17 anos e faço jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Escrever, desde pequena sempre foi uma paixão minha e por isso achei que o melhor seria seguir a profissão. Como eu estou no primeiro ano ainda de jornalismo, as postagens que farei aqui são típicas de iniciante hahaha. Aqui escreverei sobre tudo, atualidades, moda, sociedade, e talvez uns textos apaixonados. Vou escrever também de forma coloquial e formal, aquela que melhor se encaixar no dia da postagem.

Espero que gostem;
CaroL.