Parecia conhecer
e não conhecia e não sabia e não via.
Parecia gostar
e gostava e elogiava e se importava e falava.
Parecia ser diferente
e não era e estava longe de ser.
Parecia ainda mais. Parecia apaixonar
e não apaixonava e conquistava e não sentia.
Parecia sentir saudades
e não sentia e não sentia nada.
Parecia lembrar. Parecia querer
e só parecia.
Não parecia amar
e não amava mesmo.
E ela sentia. Ela gostava. Ela precisava.
Parecia ilusão
E era. A pior delas. Era.
Talvez gostasse. Talvez sentisse alguma diferença.
Ou talvez só tivesse medo de estar sozinha. E estava. E sempre esteve. Sozinha todo o tempo. Mas a solidão dela tem tempo. Vai acabar.
A dele vai permanecer. Porque nele existe um vazio que ele próprio desconhece. E que a sua ignorância jamais permitirá que conheça.